Com a continuação de uma grave pandemia de Covid-19 e com altos índices de desigualdade social, 2021 foi um ano difícil. Nesse contexto, foi nos sonhos de meninas e mulheres negras que querem se tornar tecnologistas que encontramos a energia necessária para construir nossos projetos. Aqui você encontra um resumão de tudo que rolou no nosso ano.
APRENDER PROGRAMAÇÃO ON-LINE: DESAFIOS, TROCAS E APRENDIZADOS
Em 2021, com apoio do Fundo Frida e da Epic Games, oferecemos duas edições totalmente online e gratuitas do nosso curso de introdução à programação voltado para meninas e mulheres negras e de periferia. Contamos com o apoio de uma equipe técnica formada por educadoras e tecnologistas majoritariamente negras, o que foi essencial para criar um curso que atendesse bem às nossas alunas. Oferecemos apoio financeiro para as alunas em maior vulnerabilidade social e fizemos campanhas para arrecadação de computadores para que todas pudessem participar das aulas (agradecemos especialmente à Thoughtworks e ao Twitter Brasil que doaram muitos notebooks e a todas as pessoas que contribuíram😁).
Chegamos a muitos lugares do país: tivemos alunas de 17 estados diferentes. Nossas turmas foram formadas por meninas e mulheres cis e trans, pessoas não-binárias. A maioria das matriculadas são negras (88,8% na primeira edição do curso, e 93% na segunda) e jovens de até 23 anos (84% e 97%, respectivamente).
Para quem quiser saber mais sobre nossas atividades, aqui vão alguns links:
- Neste texto, reunimos narrativas de alunas e monitoras que fizeram parte do curso no primeiro semestre do ano.
- Saímos em duas matérias sobre projetos engajados relacionados a estereótipos de gênero e raça no ensino de programação: uma da Fundação Telefônica e outra do Portal O Globo;
- Também demos entrevista para o Portal ECOA do UOL contando sobre o curso de programação e o podcast Trago Boas Notícias fez um episódio baseado na matéria;
- Falamos com a Folha de São Paulo sobre como a programação pode ser uma forma de amplificar vozes e reduzir desigualdades na tecnologia;
- No podcast MaristaLab, conversamos sobre como escolas e famílias podem estimular mais meninas a se envolverem com as áreas de ciências e tecnologia;
- Também falamos nesta live da Alfabantu sobre tecnologia e educação de crianças negras na pandemia;
- Por fim, outro diálogo muito legal foi com a equipe da Gênero e Número sobre a importância da educação de mulheres negras.
TECNOLOGIA E AUTONOMIA PARA MULHERES PRETAS: OUTROS PROJETOS
- Participamos do Festival de Cultura Digital Hacktudo, onde elaboramos o Hackdelas: teve meetup sobre transição de carreira que reuniu tecnologistas negras incríveis; espaço para debater gênero, raça e tecnologia; e um minicurso de introdução à programação.
- Oferecemos o WordPretas, um minicurso de três dias em que ensinamos meninas e mulheres negras a criarem seus próprios sites, blogs, ou portfólios. Totalmente online, o WordPretas contou com a participação de mulheres negras de 6 estados do Brasil.
- Outro projeto que participamos foi a Escuela +F Tecnofeminismos, da organização colombiana Artemisas. Lá, nossa co-fundadora, Ariane Cor, deu uma aula sobre teletrabalho, cuidado e solidão, questões em pauta durante a pandemia.
GÊNERO, RAÇA E DIREITOS DIGITAIS
2021 também foi um ano cheio de atividades em prol dos direitos digitais de mulheres negras e de periferia. Uma delas foi a participação da Ester Borges no grupo de jovens ativistas de diversos países para debater violência de gênero na internet da Plan Internacional e no #RightsCon, onde discutiu violência de gênero sofrida por meninas nas redes sociais.
Nós também:
- Participamos da campanha #DiadaInternetSegura do Twitter, compartilhando conteúdos sobre segurança digital, incluindo o kit de ferramentas da Glitch UK_ (traduzido pelo Minas Programam).
- Fomos convidadas pelo Fórum Geração Igualdade, um evento da ONU para alcançar a igualdade de gênero, a participar da campanha #TechforEquality pelas nossas redes sociais;
- Apoiamos a Transparência Brasil neste documento com recomendações para nossos governantes no uso de inteligência artificial.
- A Bárbara Paes, uma de nossas fundadoras, escreveu o prefácio da edição brasileira do livro Algoritmos da Opressão da pesquisadora Safiya Umoja Noble.
- Por último, saímos na Revista MIT Technology Review, onde falamos sobre o conceito de progresso para o desenvolvimento de tecnologias.
OBRIGADA!
Em 2021 também nos tornamos o Instituto Minas Programam. O processo de institucionalização foi longo e difícil! Agradecemos especialmente a nossa advogada, Juliana, o Fundo FRIDA e o Elas Periféricas por todo apoio. Também agradecemos à EPIC Games, que viabilizou nossos cursos em 2021.
O que dá sentido ao Minas Programam é a possibilidade de compartilhar conhecimento com meninas e mulheres negras. Acreditamos que este é um passo essencial na direção de um futuro em que todas nós possamos acessar e produzir tecnologias feministas e antirracistas. Agradecemos imensamente a todas as professoras e instrutoras que construíram nosso curso e a todas as nossas alunas que se dispuseram a aprender conosco. <3
Nos vemos em 2022!