Em 2024, o Instituto Minas Programam formou muitas futuras tecnologistas negras, lançou uma formação inédita em tecnologia, direitos digitais e justiça social a partir de uma perspectiva antirracista e feminista, e começou um novo projeto de pesquisa sobre violência de gênero facilitada pela tecnologia no Brasil e resistência de mulheres negras brasileiras.
Começando o ano com um programa de formação inédito
Logo no começo do ano, lançamos uma formação inédita no país: um novo programa gratuito para jovens mulheres negras e indígenas de 15 a 25 anos vindas de escola pública, focado compartilhar conhecimento sobre tecnologia, direitos digitais e justiça social a partir de uma perspectiva antirracista e feminista e fortalecer as habilidades de liderança das participantes. Em março, demos as boas vindas à primeira turma do programa, que passaram 8 meses participando de palestras e rodas de conversa oferecidas por especialistas convidadas, abordando temas como desigualdades digitais, acesso à informação, racismo e tecnologias digitais, violência contra meninas e mulheres na internet; oficinas e encontros presenciais voltados ao fortalecimento de lideranças e criação de redes.
No final da formação, as participantes tiveram a oportunidade de desenvolver seus próprios projetos relacionados a tecnologia, direitos digitais e justiça social a partir de uma perspectiva antirracista e feminista, com mentorias da equipe do Instituto Minas Programam. Ao final da formação, 100% das participantes indicaram que a participação no programa havia contribuído para que elas formassem conexões com outras mulheres que estão pensando/estão atuando com temas relacionados a tecnologia, justiça social e direitos digitais.
Conheça as participantes abaixo:
Aqui estão algumas das impressões das participantes da edição piloto do programa de formação:
“A formação foi maravilhosa, eu fico extremamente feliz em poder ter participado dessa edição piloto! Se está assim na primeira [edição do programa], imagino como serão as próximas [edições]!”
G., Participante do Programa de Formação
“Achei a formação muito completa! O contato com as convidadas e a disposição delas para responder mesmo após as atividades foi essencial.”
B., Participante do Programa de Formação.
Completando mais uma edição do nosso curso de programação, com alunas de vários estados brasileiros
Em 2024 também realizamos mais uma edição do nosso curso de introdução à programação!
Com uma roda de conversa presencial na sede da Ação Educativa em São Paulo, inauguramos a turma, que contou com mais de 50 participantes, que são em sua maioria meninas e mulheres negras de diversos estados brasileiros. O curso passou por uma reformulação e aconteceu em formato híbrido, com muitas atividades práticas e mais tempo de duração total. Ao longo do curso – que durou até novembro – as alunas aproveitaram uma combinação de aulas online, encontros presenciais com professoras incríveis e monitorias especializadas.
No dia 07 de dezembro celebramos a turma que concluiu o curso com uma cerimônia de formatura!
Aqui estão algumas das impressões das participantes do curso:
“Achei o curso super bem estruturado, os tópicos, as professoras, tudo. Gostei muito! Foi meu primeiro na área e adorei. Obrigada!!!”
L.C., Aluna do Curso Minas Programam 2024
“O que eu quero é que existam mais cursos ofertados pelo Minas Programam.”
P.P., Aluna do Curso Minas Programam 2024
“A única coisa que eu mudaria: gostaria que o curso fosse ainda mais longo”.
J.S., Aluna do Curso Minas Programam 2024
“Para as meninas que continuarão na área, [o curso Minas Programam] é de grande ajuda”.
S.M, Aluna do Curso Minas Programam 2024
Confira abaixo como foi nossa cerimônia de formatura, com fotos de Débora Oliveira:
Novo projeto de pesquisa sobre violência de gênero facilitada pela tecnologia no Brasil e resistência de mulheres negras brasileiras
Em maio inauguramos uma nova frente de trabalho com os primeiros passos da produção de uma pesquisa própria, com metodologia desenvolvida e executada por nossa equipe.
Com apoio da Feminist Internet Research Network (FIRN) – um projeto da Association for Progressive Comunications (APC) que desde 2018 trabalha para construir uma internet feminista – começamos um projeto de pesquisa sobre como a violência de gênero facilitada pela tecnologia (VGFT) afeta as mulheres negras brasileiras.
Desde maio, temos entrevistado mulheres negras que possuem “voz pública”, ou seja, são organizadoras de movimentos sociais, ativistas, comunicadoras, jornalistas e políticas sobre a experiência delas com VGFT e sobre as estratégias usadas por essas mulheres para continuar a se expressar, se divertir, se mobilizar e construir conexões apesar desse fenômeno generalizado.
Apesar das estarrecedoras situações de VGFT que temos investigado na pesquisa, essas conversas têm sido inspiradoras e o processo de pesquisa está sendo muito importante para nossa equipe. Ao mesmo tempo, participar dos encontros da Feminist Internet Research Network – virtualmente e presencialmente – tem sido fundamental para enriquecer ainda mais nosso entendimento do que é uma pesquisa feminista.
Em setembro, estivemos na Global Gathering, onde compartilhamos as primeiras impressões sobre a pesquisa. Em novembro, falamos com o podcast Feminist Sound Bites sobre nossas impressões preliminares sobre a pesquisa.
Obrigada!!!
Agradecemos MUITO às professoras e instrutoras que construíram nosso curso e nossas formações ao longo do ano, às nossas alunas que se dispuseram a aprender conosco, e às organizações parceiras e mulheres incríveis que toparam participar do nosso podcast! Agradecemos também à Fernanda Balbino, cofundadora do Minas Programam e atual conselheira da organização.
Por último, mas não menos importante, agradecemos muito às instituições que nos apoiaram neste ano: Fundo Malala, FREE STEM Fund e Feminist Internet Research Network/Association for Progressive Communications.
Em 2025, o Instituto Minas Programam celebra uma década de existência e teremos um ano cheio de projetos para meninas e mulheres negras interessadas em pensar tecnologia a partir de perspectivas antirracistas e feministas. Em breve publicaremos mais informações sobre nossos planos, mas por enquanto: obrigada por nos acompanhar! 🙂